Transtorno de Ansiedade Generalizada: a doença do século?

Transtorno de Ansiedade Generalizada: a doença do século?

O transtorno de ansiedade generalizada pode resultar, infelizmente, em complicações mais graves como depressão, desenvolvimento de outro transtorno ansioso (síndrome do pânico ou fobia), insônia crônica, desgaste dental, síndrome do cólon irritável e abuso de álcool, indutores de sono ou de ansiolíticos. 

Considerada por muitos como a “doença do século”, a ansiedade é reação normal do ser humano no momento que antecipa um evento ou perigo. Todos percebem a excitação de uma criança ao receber um presente esperado; todos nos precavemos em relação a questões de segurança ou mesmo dinheiro, exemplos da ansiedade “normal”. Esta é desejável e adaptativa, prepara nosso organismo para enfrentarmos situações de risco. Porém, quando este sistema se encontra em desequilíbrio, se transforma em fonte de sofrimento, dificultando a realização de nossas atividades cotidianas.

Este é o caso da TAG, transtorno muito comum, afetando uma em cada 20 pessoas.

Pode ser entendida como a “doença da apreensão”, caracterizada por preocupação permanente e tensão inapropriada mesmo quando não existem razões concretas e reais, de longa duração (meses ou anos), acarretando insônia, problemas gástricos ou intestinais, dores de cabeça e ranger de dentes. As preocupações podem ser várias: família, finanças, saúde física, trabalho, segurança, situação política, meio-ambiente, futuro de suas vidas e de entes queridos etc. A maioria dos indivíduos reconhece que as preocupações são exageradas e inúteis e é incapaz de relaxar. Outros sintomas são inquietação, fadiga, dificuldade de concentração, tensão muscular e irritabilidade.

Tratamento

Embora muito frequente, é que o indivíduo procure o especialista. Sendo crônica, atingindo todas as idades (da infância à terceira idade), o sujeito acometido tende a considerar que “sou mesmo assim”, não procurando auxílio. Quando alguma ajuda é buscada, é comum que seja o clínico geral, o ortopedista ou fisioterapeuta, pelos sintomas físicos do transtorno. Infelizmente estes profissionais nem sempre capacitados para o diagnóstico correto e indicação adequada de tratamento.

O objetivo do tratamento é auxiliar o paciente a controlar as preocupações e tensão emocional e a melhor forma de obter este resultado é comprovadamente pela combinação de medicamentos e psicoterapia. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem resultados mais comprovados. O tratamento geralmente é bem-sucedido, com resultados tanto melhores e estáveis quanto mais precoce for a busca de auxílio especializado.

Dr. Marcos da Costa Leite
Psiquiatria Clínica – CRM/SC 21735

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